segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A formiga no carreiro

Todos já vimos as formigas no carreiro.
As formigas desenvolveram um sistema de orientação que lhes permite colectivamente encontrar o caminho para uma zona onde haja alimentação e ordeiramente proceder ao seu armazenamento. Apenas com base nas feromonas que libertam quando encontram alimentos e que se evaporam ao fim de algum tempo, as formigas comunicam umas com as outras e acabam todas alinhadas no caminho óptimo, contornando obstáculos da forma mais inteligente.



Este sistema de comunicação mediada por feromonas deu origem a algoritmos de optimização muito eficientes não só na descoberta de caminhos óptimos como também noutras áreas como escalonamento de acções ou horários de aulas.
Mas curiosamente este sistema não responde a mudanças. Se um dos obstáculos for retirado, as formigas continuam a contorná-lo como se lá continuasse...
Só há uma maneira de obrigar as formigas a encontrar o caminho melhor: desorientá-las, através da introdução de um obstáculo inesperado, que é retirado de seguida. Perante a desorientação, as formigas fazem outra vez todo o trabalho e rapidamente encontram o caminho que já lá estava mas que lhes escapava.
O mesmo sucede com as sociedades, que precisam de um abanão de vez em quando para fugirem da rotina e descobrirem as alternativas que sempre existem.
Ou não será?